sábado, 27 de novembro de 2010

« 'Cause the spaces between my fingers are right where yours fit perfectly. »

sábado, 20 de novembro de 2010

Terá sido um sonho? (Ep. 2)

Dr. Costa telefonou aos pais da Sara, para dar a grande novidade. "A Sara acordou! Finalmente, o vosso pesadelo acabou... Podem vir agora!", disse o médico à mãe de Sara. Uns momentos mais tarde, as irmãs entram no quarto, a correr e as gargalhadas.

- Saraa... - Diz a Camila, enquanto entra no quarto. Quando vê a irmã, pára e nem quer acreditar. - Não posso acreditar... Estás mesmo acordada!
- Finalmente... - Completa a Madalena, a irmã mais velha.

Os pais de Sara entram e abraçam-na. Com muita força. Sara não sabe o que dizer. Apenas pergunta, outra vez, pelo namorado.

- Calma, querida. Ele vem já, passou primeiro num sítio, lá em baixo e... - Diz a mãe.
- E já chegou! - Completa Camila, ao vendo que ele se aproxima do quarto 2904.

Sara ficou irradiante, ia ver o namorado e ver que tudo estava bem, o mundo estava como ela sabia. Sara queria provar que o médico estava errado e que, era impossível estar naquela cama há já seis anos. Não podia. Teria vivido tantas coisas, passado por tantas dificuldades e teria encontrado o grande amor da sua vida. Não podia não ser verdade. Foi tudo real! Contudo, Sara muda de expressão quando o namorado entra e olha para ela, com um grande ramo de rosas vermelhas na mão esquerda e um montão de cartas na mão direita, com um sorriso estampado no rosto e uma expressão de felicidade termenda nos olhos.

- Tu? - Pergunta Sara, perplexa. - Não... - Senta-se na cama, enquanto organiza o seu pensamento. - Não estou a perceber... O que estás aqui a fazer? - Pergunta ao Vasco, o seu ex-namorado. - Nós já acabámos há muito tempo... - Sara fica irrequita. - Onde está o Afonso? - Começa a chorar. - Eu quero o Afonso!
Vasco senta-se no bordo da cama, pousa as coisas em cima da manta branca do hospital. Agarra a mão de Sara. - Querida, calma... O que tens? Sou o Vasco, o teu namorado. Já não te lembras de mim? Quem é o Afonso, amor? - Pergunta Vasco, tentado perceber a namorada.
Sara tira a sua mão da mão de Vasco. - Não faças isso... Já não namoro contigo desde os meus dezanove anos... Tu sabes bem quem é o Afonso, já o conheceste... Ele é meu namorado há já 5 anos... - Vira-se para as irmãs. - Não é? Digam-lhe. - Olha para as flores em cima das suas pernas. - Se me conhecesses bem saberias que não gosto de rosas vermelhas... Gosto de malmequeres... O Afonso saberia.

- Sara... - Começa Camilia. - O Vasco é teu namorado até à altura em que tiveste o acidente... que aconteceu em 2008, quando ias matricular-te na faculdade de medicina. Estás em coma desde então... Não existe nenhum Afonso, Sara. O Vasco é o teu namorado.
Sara atira com as rosas, as cartas para o chão quando tira a manta de cima dela, descobrindo as suas pernas claras. Quando põe os pés no chão e se levanta, Sara sente-se fraca e Vasco agarra nela, puxando-a para si.

- Amor, calma... Estás confusa, estás a tentar preencher o vazio que existe... Estou aqui, querida. Sou eu, lembra-te de mim... das nossas histórias. - Diz Vasco, enquanto Sara começa a chorar.
- Então, o Afonso não existe? Não é possível... Ele era tudo para mim... - Sara lembra-se de histórias com Afonso e torna-se mais agressiva - Não... Chega! Parem de dizer que ele não existe porque eu sei que existe. E ele é o meu namorado. É o Afonso Costa! Anda na minha faculdade, foi meu padrinho de praxe. E começámos a conversar e apaixonei-me por ele e ele apaixonou-se por mim. Foi aí que eu acabei contigo. Eu lembro-me. E, uma noite, ele veio ter comigo e, mal me viu, encostou-me uma parede... - Suspira - Parecia um verdadeiro filme... Ele aproximou-se de mim e eu não consegui tirar os olhos dos lábios dele tão perto dos meus. Disse-me que tinha que estar comigo e senti os lábios dele a tocarem nos meus, ao de leve. E só depois é que me beijou, ali no hall do prédio, um beijo de cortar a respiração. Fiquei sem ar, meu coração batia mil a hora e as minhas pernas não pararam de tremer... - Sorri - Lembro-me tão bem... Foi no dia 29 de abril... o dia mais feliz da minha vida, onde toda a nossa história começou. - Acaba Sara, olhando para as irmãs.

domingo, 7 de novembro de 2010

crescer.

Há coisas que, se calhar, nunca irei perceber. Não por falta de vontade mas por falta de cabimento. Sim, somos todos diferentes e cada um tem a sua opinião. E, por vezes, aí está o problema. Sendo, assim, como ninguém muda, nem vale a pena insistir. Mesmo que tudo ficasse resolvido ou, pelo menos, atrás das costas, nunca seria como era. Nunca seria como tinha pensado. Ou seja, ia continuar como está. E, talvez, quem sabe, assim será melhor.
Quando vejo a minha vida, as minhas atitudes, a minha maneira de ser, sinto-me feliz por ser assim e não de outra maneira. Sinto orgulho em ser como sou. E fico feliz por ter pessoas, na minha vida, que pensam como eu. Que são parecidas comigo, independentes e amigas.