domingo, 4 de outubro de 2009

Lovers in the night

No meio da multidão, só vejo caras conhecidas. Reconheço cada pessoa que vejo, a rirem ou a beberem. A música está bastante alta e as pessoas passam aos encontrões. Olho à minha volta até que o meu olhar fixa em alguém, cuja cara ainda é mais familiar. Estava a olhar de volta e sorriu, disfarçadamente. Tentávamos não fixar o olhar um no outro. É tudo tão novo, é tudo tão inesperado. Por dentro, sorri tanto que só me apetecia sorrir por fora. Ele dirigiu-se até a mim e aí desejava não conhecer nenhuma das caras à minha volta. Apenas desejava que o tempo parasse. Não dávamos as mãos nem nos abraçávamos. Ninguém podia saber. Era complicado. De vez em quando as nossas mãos tocavam ao de leve e era a melhor sensação. Dirigiu-se ao meu ouvido e perguntou-me: "Vamos fugir?" E fugimos. Sem olhar para trás, sem dizer uma outra palavra. E no meio de tantas caras agora não conhecidas por nenhum de nós, beijámo-nos como se fosse o primeiro beijo.