quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Parar!


Sim, sei que não sou a única a precisar de férias. Mas eu preciso mesmo de férias pois esta correria toda para ir para as salas, que nunca sei qual é, tenho que andar atrás de alguém da minha turma; correria toda, nos intervalos, para ir para a fila do bar, senão sou das últimas a ser atendidas (ou às vezes, nem chego a ser atendida) e, portanto, tenho que comer depressa e às vezes o café queima a língua e incomoda-me a aula toda; correria toda outra vez para a aula e pedir "desculpe, Professor" e, devagarinho, ir para o meu lugar preferido, ao lado da janela. Porquê? Ora bem, dos únicos lugares da sala com rede a aula toda e onde posso olhar para o céu que à medida que o tempo passa vai mudando de cores, que é giro, até que fica tudo escuro, nem o meu carro estacionado no parque consigo ver. Para além de olhar para o céu e as suas tonalidades, gosto de ver a evolução do novo hospital, a ser construído mesmo ao lado da minha faculdade. É giro, pelo menos para mim, tentar imaginar como vai ficar, o que será naquelas divisões que ainda se consegue ver, imaginar-me a trabalhar lá, um dia, quem sabe. Mas, após este momento de descontração de segundos, olho para o interior da sala onde estou sentada, ao lado das minhas amigas, e aí a situação complica-se. Ora porque a matéria é realmente difícil ora porque o professor não pára de dizer "Não se esqueçam das Bombas, dos Canais, dos Trocadores!" ou "Voçês não andam a estudar nada, ainda não sabem isto??" onde só me apetece responder "Mas é óbvio que ninguém sabe isto ainda, porque se não estou em erro, o professor começou esta matéria ontem, não foi? Ahh.. E também sabe que temos outras disciplinas para estudar e a nossa própria vida e problemas fora da faculdade?" Mas pareceu-me melhor calar-me. E senti-me mal. Frustada. Estava na sala, apeteceu-me chorar. Pensei em abandonar a aula. Mas, ao invés, respirei fundo e olhei para o céu que estava cor-de-rosa e amarelo. E depois pensei "Calma, estudas isto tudo quando tiveres tempo, vais saber isto tudo!" A partir desse momento, olhei vezes e vezes para o relógio, o tempo parecia estar contra mim. O final da aula, finalmente, chegou e claro que o professor teve que dizer algo. "Não se esqueçam das bombas, muito importantes!" Yes, Sir! Desci os dois pisos e fui para a fila do bar, esperando ser atendida porque tinha fome e já eram quase 18h. Até que reparei que já não havia nada para comer, então decidi-me por um chocolate. Mas, houve algo que alegrou este meu intervalo. Ele apareceu e abraçou-me e beijou-me. E perguntou-me o que se passava comigo. Foi a única pessoa a reparar que não estava bem. E depois levou-me até à aula e deu-me um beijinho, daqueles rápidos porque logo à noite já nos íamos ver de novo. E a noite assim chegou e tudo o que escrevi em cima, nesta noite, ao lado dele, pus tudo para trás das costas e desfrutei bem.
Obrigada por estas noites (e não só...)