quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tirei as chaves de casa de dentro da minha carteira castanha, que estava no chão. Abri a porta do meu quarto e disse "Meninas, vou lá embaixo... Volto já". Fechei a porta do apartamento e desci as escadas. A cada passo que dava, acelerava. "Ele está lá em baixo... O João está aqui." Comecei a sentir-me nervosa. Não sabia o que fazer. Nem o que dizer. Cheguei ao último andar. Consegui ver as calças dele. "Ele está ali!" Senti-me mais nervosa. Quando desci o último degrau, voltei-me para a porta da entrada. Vi-o encostado e sorri timidamente. Baixei os olhos. Quando cheguei à porta, levantei a mão e abri-a, encostando-me do lado de fora. Olhei para ele. "Entra.", digo-lhe. Numa tentativa de fechar a porta, aproximei-me muito dele. Demasiado até. A porta fechou, fazendo barulho. Barulho que não ouvi. Ele pôs ambas as mãos da minha cara. Virou-me e encostou-me à parede. Nesse exacto momento, as luzes apagam-se. Sinto as minhas pernas a tremer. Ele também as sente. "Já não aguentava mais... Tinha que estar contigo!", disse-me baixinho, encostando a testa na minha. Não consigo parar de olhar para os lábios dele. Tão próximos dos meus. Sinto-me descontrolada. Ele aproxima-se mais. A minha respiração acelerou ainda mais. Os lábios dele tocaram nos meus, levemente. Afastou-se um pouquinho. E beija-me. Um beijo tão cheio de vontade. De desejo. Um beijo ofegante. Um beijo romântico. Um beijo de tirar a respiração. Beijou-me como sempre quis ser beijada.